domingo, 24 de agosto de 2014

E quando arrancam a tampa do coração?

           “O que fazemos quando alguém que amamos nos decepciona?”
“A gente tenta parar de amá-los.”
“E isso é possível?”
“Acho que não.”
            – Skins, 3x09 (Katie and Emily)
É aquele velho clichê – Expectativas chamam frustrações. E quando esse desencanto vem da pessoa que a gente ama, é ainda mais dolorido. A pergunta “por quê?” torna-se a mais repetida, e o choro é seco de incredulidade. Pensamos estar preparados, acostumados – “sou forte o suficiente para não ligar” – mas a verdade é que nunca estamos. Sempre dói. Aliás, é bem mais que doer. É como se o coração tivesse saído de rolê e no lugar dele estivesse apenas um vazio, gelado e afiado, machucando o que sobrou.
E o que a gente faz com tudo isso?
Primeiro a gente chora, chora tudo mesmo, até o rímel escorrer, o rosto inchar. Mamãe já dizia que chorar faz bem. Depois seca a queda-d’água e encara o espelho – olha o estrago que ele te fez! E percebe como ele não merece. Não merecia seu amor e agora não merece suas lágrimas. Levanta a cabeça, sorri forçado. Ouve Iggy, dança sozinha, come doce, escreve poesia. Mas no fundo, não passou. Nem tão no fundo assim, aliás, tudo ainda é sobre ele, e nenhuma das músicas preferidas tem o efeito que sua voz tem.
A verdade é que a gente não simplesmente esquece um amor. É um processo longo e delicado, com várias fases e reviravoltas. Te ensina na marra, deixa marcas – essas que nunca fecham totalmente. Só param de doer aos pouquinhos. Com o passar do tempo, a lembrança daquele olhar que significava tanto vai ficando cada vez mais distante. O nome que te fazia abaixar a cabeça vai ser motivo de riso nas festas do pijama e, meses depois, será só um ponto escuro do passado, uma experiência que rendeu lições valiosas. Só.
           E, quando é difícil demais deixá-lo ir, tenho em mente que se é meu, volta, e se não volta, é porque nunca foi. Isso também não significa que devo aceitar de volta de braços abertos – pelo contrário. Se o laço desfiado pode ser tecido outra vez, deve ser, mas nunca por um só. Não aceito menos do que mereço e, nesse caso, mereço muito. Todo o possível e um pouco do impossível, também. Mantenho o pensamento de me amar antes de qualquer pessoa, e não podia ser diferente. Amor pouco é bobagem, então se for para me amar, ame muito; Se não ama, pode ir. E não volte.
Decepções nos tornam vulneráveis, no começo. Depois nos blindam e, no final, só nos ensinam. A não cometer os mesmos erros? Talvez, se de fato acontecesse – mas erramos. Se não deu certo é porque não era para ser. No fim a gente vê o que valeu a pena e o que é nosso ninguém tira, independente do que aconteça. O fato é que esse tipo de coisa acontece com todo mundo – o que difere é o jeito que cada um lida com essas frustrações. ;)
Obrigada Babsinha pelo título lindo. Te amo muitão. ♥