quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Resenha - Filme: As Vantagens de Ser Invisível

“Eu me sinto infinito.”

Assisti a esse filme há algumas semanas e fui tão cativada que me senti na obrigação de escrever sobre ele aqui, mesmo sendo um filme não tão recente. Estava naquela lista de assistirei-em-breve desde a estreia – me arrependo muito de não ter assistido antes. O elenco, o visual e a trilha sonora já me chamaram a atenção logo no trailer, então o vi com altas expectativas de ser um filme que me conquistaria. Não me decepcionei em momento algum.
Charlie (Logan Lerman) é um garoto que entra em um colégio enquanto se recupera de uma depressão resultada pela morte de seu único amigo, tendo uma forma peculiar de se expressar – ele escreve cartas sem destinatário, só por escrever, narrando seu dia-a-dia para um amigo. Em meio ao problema da necessidade de se enturmar, conhece Patrick (Ezra Miller) e Sam (Emma Watson), que o apresentam seu próprio mundo, longe dos grupinhos populares.

Charlie - "Por que as pessoas boas sempre escolhem as pessoas erradas?"
Bill - "Nós aceitamos o amor que achamos que merecemos."
Charlie - "E nós podemos mostrar para essas pessoas que elas merecem mais?"
Bill - "Nós podemos tentar."
Desde a primeira cena percebemos que Perks não é “mais um filme colegial”. A hierarquia da popularidade no ensino médio é deixada de lado para dar atenção ao desenvolvimento de Charlie como adolescente, às suas descobertas e todo o conhecimento que vai adquirindo com essa amizade, além de histórias perpendiculares à principal fortes, como a de sua irmã Candace e a de Patrick e Brad.
O filme nos dá cenas lindas e recebe em troca sorrisos involuntários. Momentos encantadores com trilha sonora Indie dão personalidade ao filme, e questões sobre a vida, o social e os relacionamentos são apresentados de forma a nos fazer querer responder aquilo, com base em nossas experiências ou não. O longa nos faz pensar, refletir sobre e aceitar os conselhos que a história nos passa.

Eu também não poderia deixar de comentar sobre a personagem central com a fórmula perfeita para me conquistar à primeira vista – Sam, papel de Emma Watson. Ela é de cara mostrada como uma moça extrovertida, engraçada e espontânea, além de bonita e fora do padrão de estilo e comportamento – a quase clichê diferente-das-outras. Porém, ao desenrolar do enredo, Sam se revela uma figura bem fora do estereótipo Manic Pixie Dream Girl. Ela tem sua história, seus relacionamentos e suas confusões, em grande parte alheias às de Charlie. Está longe de ser aquela clássica imagem de mulher criada como apoio para o protagonista – ela é muito mais do que isso. É uma garota real, com suas próprias questões.
E quando acabou, eu não sabia identificar se as lágrimas eram culpa do final ou da sensação de querer mais. É, sou dessas que chora com o final de qualquer coisa que eu goste muito, mesmo o que o cachorro não morre no final ou o mocinho vai embora. O filme me cativou de forma a me fazer adicioná-lo à listinha dos filmes preferidos logo depois dos créditos, o que já o torna muito especial na minha concepção. Lembrarei e o indicarei com carinho todas as vezes que me perguntarem sobre um romance com essência própria, e tenho certeza que ainda escreverei suas citações em muitas contracapas. ♥
“Este momento que você sabe que não é uma história triste. Você está vivo. Você se levanta e vê as luzes nos prédios e tudo que faz você se perguntar. E está ouvindo aquela música, naquele passeio, com as pessoas que mais ama neste mundo. E, neste momento, eu jurei... Nós somos infinitos."